Seminários Filosóficos do GEL
Intercalados com as reuniões de estudo, ocorrem os Seminários de Filosóficos do GEL, quinzenalmente, também as sextas-feiras, na sala C1 do setor II, às 16h. A ideia dos seminários filosóficos é valorizar o pluralismo de ideias que compõem a universidade, além de promover e exercitar o encontro com pensamentos e perspectivas diferentes; seja de outras áreas da filosofia, seja de outras disciplinas acadêmicas:
- porque tanto o que desejamos, quanto o que nos amedronta, não se confinam nas disciplinas acadêmicas;
- porque a universidade e a vida se fazem no encontro com o diferente;
- porque muitas coisas importantes dependem de escolhas para as quais a melhor ajuda é nossa falha e limitada razão;
- porque é lógico.
2016
01/04 - Lógicas da aceitação e da rejeição
Carolina Blasio (UFRN) [16h - Sala A2, Setor II]
- Resumo: A motivação original da lógica de Dunn-Belnap, First Degree Entailment (FDE), é prover um raciocínio capaz de responder questões usando raciocínio dedutivo de forma a não entrar em colapso caso seus dados contenham alguma inconsistência ou caso seus dados não sejam suficientes. O FDE, é assim, uma lógica relevante com pretenção de lidar tanto com conteúdo informacional inconsistentes quanto com conteúdo informacional parciais de sua linguagem (DUNN, 1976; BELNAP, 1977). Observamos, no entanto, que a definição de validade da relação de consequência semântica de FDE considera apenas as proposições “ditas serem verdadeiras” em detrimento das sentenças “ditas serem falsas”. Contudo, sustentamos que uma lógica que pretende lidar com conteúdo informacional de sua linguagem, mesmo havendo inconsistência ou parcialidade, não deveria eleger somente as proposições aceitas em detrimento das proposições rejeitadas como determinantes da noção de validade. Com este propósito, apresentamos uma semântica alternativa em que as definições semânticas baseadas em valores-de-verdade dão lugar às atitudes cognitivas de aceitação e rejeição de um dado conteúdo informacional por uma sociedade de agentes e propomos novas lógicas inspirada no FDE capazes de expressar as diferentes formas de racíocinio envolvendo o conteúdo informacional das proposições aceitas e rejeitadas (BLASIO 2016).
- Referências:
BELNAP, N. How A Computer Should Think. In: RYLE, G. (Ed.). Contemporary Aspects Of Philosophy. Stockfield: Oriel Press, 1977, P. 30–56. BLASIO, C. Revisitando A Lógica De Dunn-Belnap: Sobre Como Um Computador Poderia Pensar. Saberes, 2016, No Prelo.
DUNN, J. M. Intuitive Semantics For First-Degree Eentailment And ‘Coupled Trees’. Philosophical Studies, 1976, V. 29, P. 149–168.
13/03 - Breaking the Proof Code
João Marcos (UFRN) [16h - Sala A2, Setor II]
- Abstract: How many of your proofs are correct? Can computers assist you in doing better math? This talk will appraise some recent achievements in mechanized generation and verification of proofs/refutations for various significant mathematical conjectures.
12/08 - It ain't necessarily so!
João Marcos (UFRN) [16h - Anf. A - CCET]
- Abstract: We look at non-classical negations and their corresponding adjustment connectives from a modal viewpoint, over complete distributive lattices, and apply a very general mechanism in order to offer adequate analytic proof systems to logics that are based on them. Defining non-classical negations within usual modal semantics automatically allows one to treat equivalent formulas as synonymous, and to have a natural justification for a global version of the contraposition rule. From that perspective, our study offers a particularly useful environment in which negative modalities and their companions may be used for dealing with inconsistency and indeterminacy. After investigating modal logics based on arbitrary frames, we extend the results to serial frames, reflexive frames, functional frames, and symmetric frames. In each case we also investigate when and how classical negation may thereby be defined.
This is joint work with Ori Lahav and Yoni Zohar.
26/08 - Uma rigorosa revisão da philosophía Platônico-Pitagórica
Peter Hubral (Prof. do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe) [16h - Setor II - Sala G1]
- Resumo: Sou, desde 1998, um adepto de uma, outrora secreta, escola Taoista chinesa, que remonta a Lao-Tsé (séc. VI a.C.), o autor do Daodejing (Tao Te Ching, o “Livro do Caminho e da Virtude”). Minha escola oferece – tal como a tradição Platônico-Pitagórica – uma doutrina escrita (teórica, especulativa) e outra não-escrita (prática). Uma não pode ser entendida sem a outra. Ambas emergem da prática meditativa Tao (Daoxing), que fornece conhecimento super-sensorial baseado no Wuwei (O Não-Agir, ou o deixar a natureza atuar por si mesma, ou, ainda, estar em sintonia com o fluxo natural do todo), o mais elevado dos princípios Taoístas. Sustento que a prática Tao corresponde ao melete thanaou (a prática do morrer, ou do estar morrendo, ou, ainda, a arte do apreender o morrer), sobre o qual Platão escreve: “Aqueles que conseguem compreender corretamente a philosophía correm o risco de não serem mais reconhecidos pelos outros, porque ela não é nada além do “praticando o morrer e o estar morto” (Phaidon 64ª). Tal prática oferece o caminho de retorno ao super-sensorial, concebido como natureza não-condicionada, que muitos mestre da philosophía chamam phýsis. Mostro que o vocabulário original oferecido pela tradição Platônico-Pitagórica (que possui termos tais como: philosophía, astronomía, átomos, kósmos, geometría, idéia, planétes, práxis, psyché, mousiké, sympósion, theoría, e etc) não tem nada a ver, em significado, com o que tem sido chamado, desde o século VI, de palavras emprestadas (importadas), a saber: filosofia, astronomia, átomo, cosmos, e etc. Estas últimas estão confinadas ao mundo sensorial, enquanto as primeiras se referem ao cosmos super-sensorial. Ofereço uma rigorosa revisão de palavras emprestadas que são requeridas para o entendimento do mundo grego e da auto-criação (kosmogonía, e kosmología), que se iguala ao incondicionado ato Taoista da criação que é mais profundo do que a Teoria da Evolução.
- Referências:
P. Hubral. The Socrates Code. LOTUS-PRESS, ISBN1500465607.
M. Cohen and T. Scarborough. Man, the Measure of All Things? New efforts to deconstruct the writings of the Ancient Greeks. The Philosopher, Volume 102, No. 2.
2015
27/11 - Por uma construção ostensiva e simbólica de conceitos
Abel Lassalle Casanave (Prof. UFBA) [18h45 - Auditório D - CCHLA]
- Resumo: Kant caracteriza na Crítica da Razão Pura o conhecimento matemático, em geral, como conhecimento por construção de conceitos, à diferença do conhecimento filosófico, que é conhecimento por conceitos. Outrossim, Kant distingue entre uma construção ostensiva de conceitos, própria da geometria, e uma construção simbólica (ou característica) de conceitos, própria da álgebra. Vincularei na minha conferência a construção de conceitos com a resolução de problemas da geometria sintética tradicional (construção ostensiva) e com a resolução algébrica de problemas geométricos (construção simbólica).
- Informações complementares: O professor Abel é membro fundador do Grupo Conesul de Filosofia das Ciências Formais, criado no final da década de 90 no Rio Grande do Sul com vistas a reunir pesquisadores de algumas universidades do Brasil e de outros países da América do Sul em torno de temas vinculados à filosofia das ciências formais. Hoje em dia, o grupo vem buscando expansão em território nacional e internacional, com a realização de eventos e programas de cooperação com universidades do Brasil e do exterior - num dos quais participa o Programa de Pós-Graduação em Filosofia, da UFRN. A palestra tratará da filosofia da matemática em Kant, que é o tema de um livro que o professor Abel está lançando. O resumo será enviado em breve.
16/10 - O Que É Uma Teoria?
João Marcos (Prof. UFRN) [16h - Sala A1 - Setor 2]
- Resumo: Teorias podem ser entendidas como conjuntos de proposições com força preditiva e explanatória: enquanto em ciência as teorias têm por objetivo dar conta de fenômenos observáveis, em matemática uma teoria forma um conjunto consistente de proposições que definem um campo de estudo, e em filosofia através de teorias se pretende arregimentar coleções de princípios que caracterizam certos sistemas de crenças ou escolas de pensamento. Do ponto de vista estritamente dedutivo, poder-se-ia defender a proposta de que a possibilidade de construir e estudar teorias constitui a principal razão que justifica o estudo da lógica e o seu papel distinguido em matemática, física, e ciência em geral. Acostumamo-nos hoje em dia a pensar em teorias como conjuntos de asserções (teoremas) apresentadas em uma certa linguagem formal a partir de certas asserções elementares (axiomas), no contexto de uma dada prática normativa inferencial (lógica). Por isto mesmo, na literatura lógico-filosófica moderna é comum encontrar debates nos quais há aparente acordo linguístico e axiomático entre oponentes, mas perfeito desacordo sobre qual a lógica mais adequada para formalizar o raciocínio a partir dos axiomas acordados. Na presente contribuição pretendemos explorar a alternativa segundo a qual os debatedores se põem de acordo com relação às formas argumentativas que julgam válidas, mas na qual a noção subjacente de teoria é ampliada de modo a conter proposições elementares que contam como refutadas (anti-axiomas). Conforme veremos, a capacidade expressiva de uma teoria depende muito do seu modo de apresentação. Mostraremos com efeito vários exemplos da capacidade expressiva alargada de teorias que contêm tanto asserções quanto refutações.
18/09 - Paraconsistent Logic and Information Theory
Samir Gorsky (Prof. UFRN) [14h - Sala A1 - Setor 2]
- Abstract: With the goal of finding a set-theoretic representation for a paraconsistent algebra of sets we define an operation P3(A) that extends the power set of a set. For this operation, if A has n elements, then P3(A) has 3^n elements. This means that the operation P3(A) handles some information rather than the information of belonging to or not about an element in a set. In semantic terms, this means that if e* is an indeterminate element of a set S then the truth value of the sentence and e* ∈ S is ½. The idea of these sets is to enable the processing of information about the elements. We say that an element x belongs or not to a set S when we have enough information about this element in relation to the set S. When information is not sufficient, we say that x* ∈ S, i.e., there is less information about the relation between the element and the set S than necessary to may be concluded on the truth value of the sentence x* ∈ S. Now, we define a Paraconsistent algebra of sets based on the operation P3(A) de um conjunto A.
28/08 - Of Madness and many-valuedness: an investigation into Suszko's Thesis
Sanderson Molick Silva (UFRN) [14h - Sala a1 - Setor 2]
- Resumo: A Tese de Suszko é uma posição filosófica acerca da natureza dos múltiplos valores-de-verdade. Formulada pelo lógico polonês Roman Suszko, durante a década de 1970, a tese defende a existência de “apenas dois valores-de-verdade”. Tal afirmação diz respeito à concepção de multi-valoração perpetrada pelo lógico Jan Łukasiewicz. Considerado um dos criadores das lógicas multi-valoradas, Łukasiewicz acrescentou, em adição aos valores fregeanos tradicionais de Verdade e Falsidade, um terceiro valor: o Indeterminado. Para ele, seu terceiro valor poderia ser visto como um passo além da dicotomia Aristotélica entre o ser e o não-ser. De acordo com Suszko, as ideias de Łukasiewicz sobre multi-valoração se baseavam em uma confusão entre valores algébricos (aquilo que é descrito/denotado por sentenças) e valores lógicos (verdade e falsidade). Assim, o terceiro valor-de-verdade criado por Łukasiewicz seria apenas um valor algébrico, isto é, uma possível denotação para uma sentença, mas não um valor lógico genuíno. A tese de Suszko encontra respaldo em um resultado formal conhecido hoje como Redução de Suszko, um teorema que afirma que toda lógica tarskiana pode ser caracterizada por uma semântica bivalente. Mminha dissertação de mestrado (origem desta conferência) pretende ser uma investigação da tese de Suszko e de suas implicações. A primeira parte é dedicada às raízes históricas da multi-valoração e introduz as principais motivações de Suszko ao formular a distinção entre valores algébricos e valores lógicos, e assim revelar o caráter duplo dos valores-de-verdade. A segunda parte explora a Redução de Suszko e apresenta seus principais desenvolvimentos; as propriedades das semânticas bivalentes em comparação às semânticas multi-valoradas também são exploradas e discutidas. Por fim, a terceira parte investiga o conceito de valores lógicos dentro do contexto de noções não-tarskianas de consequência lógica; o significado da tese de Suszko dentro desses ambientes também é discutido. Mais ainda, os fundamentos filosóficos das noções de consequências não-tarskianas são discutidos à luz do debate recente sobre pluralismo lógico.
10/05 - Proof theory for classical modal logics: systems of rules
David Gilbert (Unicamp) [16h - Sala C1 - Setor 2]
- Abstract: In this talk I will discuss proof theory for classical modal logics. In particular, the goal will be to establish a modular sequent-based approach to a family of logics weaker than K, and for which neighborhood semantics are often used. Utilizing a polymodal translation of the standard language of modal logic, we establish a base system for the minimal classical modal logic E, from which we generate extensions in a modular manner. These extensions make use of "systems of rules", rather than the usual types of rules one finds in a sequent system. My talk reflects the work of an ongoing collaboration with Paolo Maffezioli (University of Torino, Italy).
10/05 - Reflexive insensitive modal logics
Giorgio Venturi (Unicamp) [17h - Sala C1 - Setor 2]
- Abstract: We analyze a class of modal logics for a semantics in which the potential for reflexivity is encoded into the definition of the modal operator. We describe a general translation procedure from normal modal logics to these reflexive insensitive logics. Thanks to this translation we will be able to provide a general theorem, that under the hypothesis of canonicity for a normal modal logic will allow to transfer the property of completeness together with the translation procedure. We also present a general soundness result for reflexive insensitive modal logics for which a sufficient semantic condition is provided. This theorem will cover a wide range of logics; however we will also give a negative result for the case of Euclidean frames. In the end we will discuss a conjecture connecting the semantic condition provided for the soundness result and the admissibility of rules in normal modal logics. Hence, if proved this conjecture will show the interest of this kind of logics for the study of normal modal logics.
20/03 - How does one resolve disputes about logic?
Graham Priest (Prof. CUNY - (City University of New York)) [16h - Auditório D - CCHLA]
- Abstract: In this talk, I propose a general model for the rational resolution of disputes about logic. This draws on a general modal of theory choice. I then discuss a number of its features. These include its dispensing with a traditional notion of the a priori in logic, and some objections to which this might give rise.
- Baixe o texto em .pdf
2014
24/10 - A Relatividade e a Universalidade da Lógica
Jean-Yves Béziau ( Prof. UFRJ) [16h - sala A2 - setor 2]
- Resumo: Nesta palestra vou examinar em que sentido a lógica pode ser considerada relativa e/ou universal. Será a ocasião de explicar melhor o projeto de lógica universal como teoria geral de estruturas lógicas e as suas relações e diferenças com três correntes: as lógicas não-classicas, o pluralismo lógico, as ciências cognitivas. Essa discussão é relacionada a um artigo que publiquei este ano na revista Synthese: “The relativity and universality of logic”.
- Baixe o texto em .pdf
17/10 - Making Sense Of Conditional Probabilities
David Miller ( Prof. University of Warwick) [16h - sala A2 - setor 2]
- Abstract: Many authors have hoped to understand the indicative conditional construction in everyday language by means of what are usually called conditional probabilities. Other authors have hoped to make sense of conditional probabilities in terms of the absolute probabilities of conditional statements. Although all such hopes were disappointed by the triviality theorems of Lewis 1976, there have been copious subsequent attempts both to rescue CCCP (the conditional construal of conditional probability) and to extend and to intensify the arguments against it. In this paper it will be shown that triviality is avoidable if the probability function is replaced by an alternative generalization of the deducibility relation, the measure of deductive dependence of Miller & Popper 1986. It will be suggested further that this alternative way of orchestrating conditionals is nicely in harmony with the test proposed in Ramsey 1931, and also with the idea that it is not the truth value of a conditional statement that is of primary concern but its assertability or acceptability.
05/09 - A Técnica como Pergunta filosófica em Heidegger
Angela Luzia Miranda ( Profª. UFRN - ECT) [16h - sala A2 - setor 2]
- Resumo: Que significa a técnica na modernidade? Que lugar ela ocupa na sociedade atual? Pode a técnica ser considerada uma questão filosófica? Esta exposição tem como propósito aprofundar estas indagações, considerando as reflexões em torno do tema, apresentadas pelo filósofo Martin Heidegger. Utilizando-se de textos como "a pergunta pela técnica", bem como as demais obras do assim chamado segundo Heidegger, esta exposição propõe adentrar nos seus escritos para aprofundar, sobretudo, por que para Heidegger a técnica moderna equivale à metafísica do tempo presente.
01/08 - Reductio proofs from a dialogical perspective
Catarina Dutilh-Novaes (Profª. University of Groningen) [16h - sala A2 - setor 2]
- Abstract: It is well known that reductio proofs pose interesting philosophical questions. What does it mean to assert something with the precise goal of then showing it to be false, i.e. because it leads to absurd conclusions? What kind of speech act is that? Moreover, the mathematics education literature has numerous studies showing how hard it is for students to truly comprehend the idea of reductio proofs, which indicates the cognitive complexity of these constructions. In my talk, I take as a starting point a dialogical conceptualization of deductive proofs, according to which a deductive proof is best understood as a dialogue between two (fictitious) participants --- proponent and opponent. I argue that many of the philosophical and cognitive difficulties surrounding reductio proofs are dispelled once one adopts a dialogical perspective.
06/06 - Tecnologia, Pensamento e Linguagem
Jaqueline Engelmann (Profª. IFRN) [16h - sala a2 - setor 2]
- Resumo: As implicações filosóficas – seja no âmbito particular seja no social ou educacional – que o uso das novas tecnologias acarreta em nossas vidas, são o objeto de minha reflexão e exposição. Para tanto, minha exposição procurará destacar três aspectos importantes a refletir no que diz respeito ao uso das novas tecnologias: (1) a linguagem; (2) o pensamento; e, por fim, (3) a sociabilidade. Como já disse George Orwell em 1984, o empobrecimento de nossa linguagem conduz, inevitavelmente, ao empobrecimento do pensamento. A releitura da monumental obra de Orwell me levou a pensar na diferença entre a mera informação e o pensamento reflexivo, muito bem explicitada por Heidegger em Serenidade. Por fim, o prejuízo que as TIC’s trazem à sociabilidade é, ou deveria ser, objeto de reflexão permanente. Portanto, esses três aspectos serão abordados por mim com o intuito de incitar a repensar tanto a prática docente como o nosso comportamento social em situações do cotidiano.
09/05 - Fecho epistêmico, onisciência lógica e incognoscibilidade contingente
Stanley Kreiter Bezzerra Medeiros (prof. IFRN) [16h - sala a2 - setor 2]
- Resumo: O “fecho epistêmico” é o princípio que afirma, grosso modo, que, se um agente S sabe que uma proposição P é o caso e, além disso, igualmente sabe que P implica logicamente outra proposição, Q, então o agente em questão também sabe que Q é o caso. Constatando que o problema do fecho epistêmico está em aberto e que as tentativas mais comuns na epistemologia mainstream contemporânea parecem ignorar os resultados da epistemologia formal sobre a relação entre estes princípios e a propriedade de onisciência lógica, nosso objetivo principal é oferecer uma estratégia de análise epistemológica de princípios de fecho epistêmico que considere esses resultados, isto é, que leve em conta a pretensão de aplicabilidade de um determinado princípio de fecho, segundo a situação e os agentes que se pretende modelar. Um exemplo dessa estratégia será dado ao se analisar princípios de fecho na perspectiva de agentes conjecturadores daquilo que chamamos de “proposições contingentemente incognoscíveis”. Nossa hipótese é a de que, nesta aplicação, certos princípios de fecho não valem. Este é, portanto, um estudo lógico e epistemológico de princípios de fecho epistêmico com base na noção de incognoscibilidade contingente.
04/04 - Compromisso Ontológico: Entre a semântica, a lógica e a metafísica
Daniel Durante Pereira Alves (prof. UFRN) [16h - sala a2 - setor 2]
- Resumo: Divergências sobre ontologia, sobre o que existe, são tão básicas que tendem a dificultar ou até bloquear o diálogo entre os antagonistas. As disputas entre crentes e ateus, ou entre realistas e nominalistas são apenas dois tipos de exemplo. Interessado em contribuir para a inteligibilidade do debate sobre ontologia, W. V. Quine, em 1939, iniciou uma série de trabalhos em que apresenta a noção de compromisso ontológico e propõe um critério supostamente objetivo para identificar as condições exatas em que a um certo discurso teórico (e portanto a seus proponentes) pode ser imputada uma suposição de existência. Pretendo apresentar o conceito de compromisso ontológico e o critério quineano, analisar o papel deste critério no projeto filosófico de Quine e apresentar e avaliar algumas das muitas críticas que o critério recebeu. Como produto destas análises, espero contribuir para a reflexão sobre a relevância e o lugar filosófico da noção de compromisso ontológico.
- Baixe o texto em .pdf